Galpão que recebia bebidas desviadas da Ambev parecia bunker, afirma delegado

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Delegado Luiz Felipe Leoni, responsável pela Operação Ceres, deflagrada na quarta-feira (13) pela Polícia Civil, e que visava combater uma associação criminosa que se formou para praticar diversos crimes contra a fábrica e distribuidora de bebidas Ambev, em Cuiabá, disse que o galpão para onde os produtos desviados eram levados parecia um bunker.

O local, no bairro Jardim Renascer, pertence a Leandro Queiroz Gontijo, preso em flagrante na quarta-feira (13) durante a operação. Ele foi detido com R$ 1,3 milhão escondido em um cooler. Segundo a Polícia, ele era o líder do esquema.

Em coletiva à imprensa, na quinta-feira (14), na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), Leoni explicou detalhes da operação. Segundo o delegado, por ser um local escondido, os policiais tiveram dificuldade para acessar.

“O depósito nos chamou atenção pela maneira com que ele era lacrado, quase que um bunker de guerra. Foi muito difícil a gente conseguir ingressar ali pra poder ter acesso na parte interna do depósito”, afirmou o delegado.

Bunker é uma estrutura parcialmente ou totalmente construída embaixo da terra, feita para resistir a projéteis de guerra.

“O galpão era um anexo da distribuidora e nos chamava bastante atenção porque ele crescia para o fundo. Um galpão estrategicamente montado para não chamar muito atenção de quem passava na rua”, acrescentou Leoni.

No local, ainda conforme a Polícia Civil, os produtos tinham os lacres adulterados antes de serem repassados às distribuidoras e mercados na capital com valores muito a baixo do praticado normalmente.

O delegado também contou que além do desvio de cargas de cerveja, as denúncias feitas à polícia continham informações de que outros produtos estariam sendo guardados no depósito.

“Ali dentro, certamente, aconteceram outras práticas criminosas que a gente ainda está investigando, por exemplo, foram encontrados cigarros que a gente já mandou para a perícia”.

Operação

A investigação da Polícia Civil apurou que os desvios das bebidas alcoólicas das marcas Budweiser, Skol, Antártica, Brahma e Stella Artois, produzidas pela Ambev, eram feitos por funcionários da fábrica e de duas empresas que prestam serviços de logística à fabricante.

A execução dos crimes contava com a participação de empregados que atuavam em funções de conferencistas, porteiros, motoristas, ajudantes de motorista, carregadores.

O grupo envolvido desviava as cargas que eram devolvidas por clientes da cervejaria. Para isso, era falsificada uma declaração pelo conferencista e o porteiro da cervejaria confirmando que houve a entrada dos lotes de cervejas na fábrica.

 

FONTE: OLHAR DIRETO 

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