Prefeitura de Cuiabá lança projeto em favor da causa animal com foco no público infantil

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Davi Valle
ALMT TRANSPARENCIA

“Protetor mirim é alguém que ensina gente a cuidar dos animais”, esse foi o entendimento do estudante Cairo José Rodrigues de Souza, de 8 anos, sobre a ação que a Prefeitura de Cuiabá está desenvolvendo por meio da Secretaria Adjunta de Bem-Estar Animal.

O projeto piloto denominado “Protetor Mirim” foi lançado nesta quarta-feira (18), na EMEB Senador Gastão de Matos, no bairro Pedra 90, com aproximadamente 400 estudantes do 1° ao 4º ano do Ensino Fundamental.

A iniciativa tem como objetivo coibir atitudes de maus tratos e abandono de animais através da educação e conscientização e as crianças são tidas como fortes aliadas nessa questão.

A ação conta com a parceria do Conselho Municipal de Bem-Estar Animal e da Secretaria Municipal de Educação em continuidade a programação do mês alusiva ao Dia Mundial dos Animais, comemorado em 04 de outubro.

O projeto também promoverá a participação dos estudantes no concurso para escolha dos nomes dos mascotes – cão e gato – que ilustram o veículo da Secretaria Adjunta de Bem-Estar Animal.

No dia 26 deste mês o projeto será desenvolvido na EMEB Nossa Senhora Aparecida, do Jardim Colorado, em dois horários, às 8h e às 14h. No bairro Pedra 90 envolveu as turmas do período matutino, às 9h, e vespertino, às 14h.

Foram repassados conhecimentos sobre os cuidados com os animais, entre eles: não bater, não abandonar, dar água e comida e em caso de animais doentes devem procurar ajuda.

Na oportunidade as crianças conheceram alguns animaizinhos que foram vítimas de maus tratos, mas que felizmente tiveram a oportunidade de serem resgatados e serem cuidados por pessoas que se dedicam a causa, de modo que esses animais estão vivos e felizes.

O público infantil, acompanhado dos professores, se divertiram e demonstraram solidariedade com as histórias reais dos cães presentes na ação. Uma delas foi do cão Fubá  atropelado duas vezes e abandonado.

Hoje vive com a adaptação de um carrinho de rodinhas que substituiem as funções das patinhas traseiras. Outra da cadela Fofa que sofreu fraturas  no quadril e no fêmur e vivia acorrentada em uma casa abandonada quando foi resgatada pela equipe da Bem-Estar Animal.

Também vítima de negligência e maus tratos é a cadela Amora, resgatada com diversos tumores pelo corpo. E o cãozinho Antônio que foi descartado pela tutora por ter nascido com uma deficiência nas patas dianteiras. Ele se locomove se arrastando, devido a má formação congênita.

Em resumo, todos eles foram abandonados e sofreram maus tratos.

A secretária adjunta de Bem-Estar Animal, Andrea de Melo, ao falar sobre o processo de conscientização atraiu a atenção das crianças. “A inclusão social é um processo também para os animais.

Eles precisam de tempo de adaptação porque vêm de violência sofrida. É muito importante o acolhimento para que vão adquirindo confiança e voltem a conviver com as pessoas”, explicou Andrea.

“É importante passar essa mensagem para as crianças para que possamos cada vez mais ter esse olhar positivo sobre os animais e que elas possam denunciar maus tratos”, pontuou a veterinária e responsável técnica pelo canil da Bem-Estar Animal, Tatiana Soares.

SÓ EDUCAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO PODEM MUDAR

Foto: Davi Valle

Para vencer a situação, segundo Andrea de Melo, só com educação e conscientização, não tem outra saída. Segundo ela, castração é importante, é controle populacional, é saúde pública, mas a educação é a base de tudo. “Por isso estamos aqui fazendo o trabalho do Protetor Mirim, e com os adultos a blitz animal, com a entrega dos panfletos”, frisou.

“As crianças transmitem as informações que são recebidas dentro da escola e colocam em prática em casa, na rua, e são multiplicadores. Crianças amam os animais e com certeza ao verem animais em risco acabam intervindo na situação”, defende a professora Damares Pereira Silva.

Para o assessor pedagógico da EMEB Senador Gastão de Matos, Edmilson Moraes, é importante despertar a sensibilidade das crianças. Assim que a escola recebeu a proposta do Protetor Mirim, e tendo ele ainda como membro do Conselho Municipal de Bem-Estar Animal, começou a pensar nos bairros com maior índice de animais abandonados.

“Quando as crianças tem a visualização daquilo que estão tentando aprender é que conseguimos despertar a sensibilização de terem um olhar mais carinhoso, mais apurado em relação ao outro. Como a gente tem a certeza que eles tem essa questão do carinho para receber do ser humano é a mesma forma para eles depositarem este mesmo amor e carinho por todos os outros seres, no caso os animais.

De que forma isso ajuda no processo de ensino e aprendizagem? A partir do momento que você oportuniza e a criança vivencia e o professor pode levar em pequenos textos, imagens para os demais estudantes com certeza isso marca a vida deles e ele vai se tornar um ser humano um pouco melhor e preservar a vida de todos”, explicou Edmilson.

O diretor da escola, Leandro Barbosa da Silva também destacou a importância de ser trabalhado desde cedo com as crianças para que futuras gerações não fiquem replicando o mesmo erro de abandono e maus tratos aos animais.

Foto: Davi Valle

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