Campanhas políticas recebem financiamento do crime organizado, aponta GCCO

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CAMARA VG

O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Diogo Santana Souza, afirmou – em entrevista exclusiva ao Olhar Direto – que a unidade recebeu informações de que campanhas políticas são financiadas pelo crime organizado. A intenção dos criminosos seria se infiltrar em locais de grande poder e influência da sociedade.
 
“O que recebemos de informação é a possibilidade de haver financiamento de campanhas políticas que partem do crime organizado. Eles procuram se infiltrar em todos os segmentos da sociedade. O financiamento de campanha não é diferente disto, é uma forma deles ‘investirem’ o dinheiro”, explicou o delegado.
 
Questionado se o país necessita de uma ‘Lava Jato’ do crime organizado, Diogo explica que “temos aqui no Estado grandes ações, que são relevantes contra o crime organizado. Nossa expectativa é gerar, no futuro, ações tão relevantes quanto uma Lava Jato, para conseguir controlar a ascensão do crime organizado em Mato Grosso”.
 
A necessidade de uma espécie de ‘Lava Jato’ para o crime organizado foi levantada pelo general de divisão Ricardo Rodrigues Canhaci, durante um painel organizado pelo Comando Militar do Sudeste (CMSE), para discutir a participação das Forças Armadas na segurança pública e no combate a estas organizações criminosas.
 
"Temos de aproveitar essa onda da Lava-Jato, a expertise que o Ministério Público e as polícias estão desenvolvendo na questão da lavagem de dinheiro, para fazer isso em cima das organizações criminosas. Eles têm de perder poder econômico”, afirmou o general.
 
A prisão do doleiro Carlos Alexandre de Souza, conhecido como Ceará, no dia 15 de maio, em uma ação da Polícia Federal (PF), apontou indícios de que o dinheiro do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, preso recentemente na cidade de Sorriso (420 quilômetros de Cuiabá), possa ter sido utilizado para ‘abastecer’ políticos investigados na ‘Operação Lava Jato’. ‘Cabeça Branca’ é apontado como um dos maiores traficantes do mundo.
 
“Temos indícios de um link direto do dinheiro do narcotráfico indo parar nas mãos de políticos corruptos", disse o delegado responsável pelo caso, Roberto Biasoli. "Eles não estão interessados em saber a origem, eles querem receber. E esse cara que lidava com o dinheiro de narcotraficantes também entregava propina a corruptos”.
 
“Sabemos que nossas ações incomodam o crime organizado, mas temos que mostrar, por meio de ações firmes e fortes, que quem manda no estado são as forças de segurança pública. Não temos aqui em Mato Grosso, implantado, um poderio de organização criminosa que possa enfrentar o estado”, comentou o delegado Diogo Santana.
 
Além disto, o titular da GCCO acrescentou que a unidade monitora constantemente as principais figuras das organizações criminosas. Além disto, informações são trocadas com outras agências, com o intuito de criar uma rede de proteção ainda maior para a sociedade. Um intercâmbio com a Polícia Federal também está sendo iniciado para expandir os horizontes. O mesmo já acontece com o sistema penitenciário.

 

Fonte: Olhar Direto

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